Já falei aqui sobre as diferenças entre
chefe e líder. O líder é muito mais que apenas um gestor, um
profissional que está localizado mais alto na hierarquia. Ele é o pilar
que sustenta o trabalho em equipe, que motiva os demais e faz com que os
resultados sejam bons com base no sucesso em grupo. Mas e quando este
líder não está preparado para lidar com erros e resultados
desfavoráveis?
A fraqueza do líder e o desmoronamento do trabalho em grupo
O comportamento emocional do líder
influencia profundamente o estado de espírito da equipe. Pensando nisso,
ao observarmos a atitude do capitão da seleção brasileira no último
jogo percebemos que o momento de fraqueza de Thiago Silva poderia ter
influenciado muito negativamente o comportamento dos demais jogadores.
Na decisão por pênaltis entre Brasil e
Chile, o capitão Thiago Silva não soube lidar com a pressão e tomou
atitudes que arriscaram a estabilidade emocional do restante da equipe.
Além de ter deixado exposta a própria falta de confiança, o capitão se
eximiu da qualquer responsabilidade ao pedir para ficar no final da fila
das cobranças e ainda apelou para a oração.
Enquanto Thiago Silva estava em busca de
ajuda divina, o papel de motivador da equipe sobrou para o técnico
Felipão e para outros jogadores que incentivaram inclusive o capitão.
Ajoelhado no chão, a imagem do capitão era de fraqueza, insegurança e
denotava derrota. O que podemos tirar desse episódio é um
questionamento: como o líder pode lidar com as próprias emoções a fim de
não influenciar negativamente as atitudes da equipe?
Liderança e técnica, no que o líder precisa ser melhor?
A capacidade de liderança não está
necessariamente ligada à capacidade técnica. Um erro comum das empresas é
delegar a função de chefe a alguém que traz muitos resultados, mas não
tem a capacidade de motivar um grupo, e até mesmo se abala e
desestabiliza com facilidade em meio a adversidades.
Autocontrole emocional e humanização
No meio corporativo a racionalidade é
uma capacidade de muito valor – e necessidade. Líderes que não possuem a
habilidade de controlar as próprias emoções podem ser extremamente
prejudiciais ao desempenho da equipe como um todo. O autocontrole
emocional, no entanto, não significa que o líder seja inabalável. Na
verdade, compreende-se que o gestor também se afete com crises, como
qualquer pessoa, porém ele precisa controlar o próprio comportamento, a
fim de não abalar a autoconfiança dos subordinados.
Sabemos que o líder não precisa ser uma
rocha inabalável, no entanto um pouco de autocontrole emocional é
fundamental para o bom andamento do trabalho em equipe. Para os
gestores, o que vale é uma autoavaliação para aperfeiçoar as próprias
ações e motivar o grupo. Para as empresas, o que vale no momento de
escolher os próprios gestores e a análise do perfil comportamental do
colaborador, além da análise das capacidades técnicas. Um bom líder
motiva e se torna uma inspiração para os subordinados e não deve, nunca,
demonstrar frustração e derrotismo em grupo.
Fonte: BERNT ENTSCHEV Fundador da De Bernt Entschev Human Capital.
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